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Eduardo Ângelo: o artesão-jardineiro do Palácio da Abolição que transformou a avenida Barão de Studart em galeria

Quem passa pela avenida Barão de Studart, em Fortaleza, já deve ter notado as peças de artesanato expostas ao longo do canteiro central na altura do Palácio da Abolição, sede do Governo do Ceará. Feitas a partir do talo da carnaúba, árvore símbolo do Nordeste brasileiro, as obras são do jardineiro e artesão Eduardo Ângelo, de 56 anos, que há 25 anos trabalha cuidando do jardim do Palácio.

“A minha fonte de inspiração é a carnaúba. Eu não chego na árvore e corto [o talo]. Tenho que esperar que ele caia para eu ver o que posso fazer. Todo dia caem talos da carnaúba. Também sempre que eu passo na rua e vejo algo no chão que possa ser reciclado, mesmo que naquele momento eu não esteja precisando, guardo em casa, porque um dia vai precisar”, é o que diz o artesão sobre seu processo criativo.

Assim como seu trabalho, Eduardo não passa despercebido. Ele é todo arte em cada detalhe. Sua caracterização, que remonta a figura de cangaceiro, faz parte da linguagem que Eduardo desenvolveu para se comunicar não só com os colegas que compartilham a rotina de trabalho, mas também não perder de vista as próprias memórias.

“O Lampião surgiu aqui [no Palácio] me inspirando em Luiz Gonzaga e, também, em Lampião, porque meu pai contava as história de Lampião. Primeiro, eu coloquei o chapéu, aí me chamavam de Gonzagão. Pensei que tinha que dar um destaque. Aí comecei a botar os apetrechos, foi quando começaram a me chamar de Lampião”, explica.

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