Em uma tarde marcada por intensas negociações, a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) no Ceará selou, na última sexta-feira, 9, a reeleição de Antônio Filho, conhecido como Conin, para a presidência estadual da legenda. Atual secretário da gestão do prefeito de Fortaleza, Conin deve comandar o partido pelos próximos anos sem grandes dificuldades, apesar de uma disputa interna que ameaçou escalar.

Inicialmente relutante em continuar à frente da sigla, Conin, filiado ao Campo Democrático – mesma corrente do deputado federal José Guimarães –, cedeu à pressão após o acirramento das tensões dentro do partido. A entrada do ex-governador Camilo Santana, aliado próximo do governador Elmano de Freitas, no tabuleiro político foi decisiva para que o secretário reconsiderasse sua posição.

A indicação de Conin resulta de um acordo costurado entre as alas lideradas por Camilo e Guimarães. Pelo combinado, Guimarães teve a prerrogativa de escolher o presidente estadual, enquanto o grupo de Camilo, com respaldo de Elmano, garantiu o apoio do deputado para emplacar o novo dirigente do PT em Fortaleza. O nome apontado por essa corrente é o do ex-deputado estadual Antonio Carlos, figura próxima ao ex-governador.

A articulação, conduzida com mão firme por Camilo e Elmano, revela o pragmatismo político do PT cearense, que, mesmo diante de divergências internas, optou por uma solução que consolida o poder da dupla. Críticos, porém, alertam que o acordo pode sufocar dissidências internas, acirrando divisões no partido.

Com a reeleição de Conin praticamente garantida, o PT cearense se alinha sob o comando de Camilo e Elmano, mas o futuro dirá se essa unidade forjada resistirá às pressões das próximas eleições.