
A saída de Ciro Gomes do PDT parece cada vez mais próxima. Após mais de uma década como principal nome da legenda no Ceará e símbolo nacional do partido, o ex-ministro e ex-governador cearense articula discretamente seu próximo passo político — que pode ser a adesão à nova sigla resultante da fusão entre PSDB e Podemos.
A debandada no PDT começou com o rompimento de seu irmão, o senador Cid Gomes, que deixou o partido no ano passado, levando consigo boa parte da bancada estadual e prefeitos cearenses. Agora, Ciro, isolado politicamente dentro da legenda, avalia um novo caminho, diante do enfraquecimento do PDT no cenário local e nacional.
A fusão entre PSDB e Podemos, liderada pelas executivas nacionais de ambos os partidos, vem sendo tratada como uma alternativa para a sobrevivência e reestruturação das siglas. No Ceará, no entanto, há um impasse: o controle local do Podemos está nas mãos do ex-deputado federal Bismarck Maia e seu filho, o atual secretário estadual de Turismo, Eduardo Bismarck, ambos ligados ao governador Elmano de Freitas (PT). Já o PSDB é presidido no Estado pelo prefeito de Massapê, Ozires Pontes, e tem perfil de oposição.
Ciro tem mantido distância do governo Lula e de lideranças petistas, com quem rompeu após a eleição de 2022. O ex-ministro também tem resistido a convites de outras legendas, como o União Brasil. No entanto, vê com simpatia a formação de uma nova sigla com identidade mais clara no campo de centro-direita.
“Ciro pode ser um nome de projeção nacional para dar identidade à fusão”, avalia um interlocutor próximo ao ex-governador.
Caso a filiação se concretize, a nova legenda poderá contar com um nome de peso para disputar novamente a Presidência da República em 2026 — ou para liderar uma frente de oposição a Lula no plano nacional.