
As obras da Ferrovia Transnordestina avançam para completar o percurso até o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará. Nesta quinta-feira (5), foi assinada a ordem de serviço do lote 8, que vai ligar Quixadá, no Sertão Central, e Baturité, por Itapiúna e Capistrano. O investimento previsto é de R$ 1 bilhão.

A solenidade, realizada em Baturité, contou com a participação do governador Elmano de Freitas; do ministro dos Transportes, Renan Filho; do diretor-presidente da Transnordestina Logística S.A., Tufi Daher Filho; do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Romeu Aldigueri; do secretário do Turismo do Ceará, Eduardo Bismarck; do prefeito de Baturité, Herberlh Mota; entre outras autoridades.

Agora, ficam pendentes apenas dois lotes para a chegada até Caucaia, de onde já está em obras o trecho de ligação com o Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza. “Já colocamos em obra o lote 11, agora colocamos o 8, e falta colocar mais dois lotes em obra. Quando esses dois últimos lotes estiverem em obra, o que vai acontecer até setembro, nós teremos na Transnordestina 8 mil pessoas trabalhando até o final do ano”, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Mais desenvolvimento
O lote 8 tem cerca de 46km, percorrendo Itapiúna, Capistrano e Baturité. O projeto prevê a construção de três pontes, dois viadutos e quatro passagens de nível. Com isso, devem ser gerados de 800 a mil novos empregos diretos.
Antes da assinatura, a comitiva visitou um trecho em obras na cidade de Quixadá. “Eu perguntei a um operário que trabalha na ferrovia desde 2006 se ele já viu essa obra andando nessa velocidade, e ele me disse que nunca [viu]. Essa obra está andando nessa velocidade porque o presidente Lula garantiu R$ 5 bilhões para que ela seja concluída até 2027”, acrescentou o ministro.

Natural de Baturité, o governador Elmano de Freitas agradeceu ao Governo Federal por investir no desenvolvimento regional. “Nós crescemos numa cidade que lá atrás foi uma grande produtora de café. A nossa estação ferroviária era um ponto de encontro e negócios. Nós temos o desafio de fazer essa rodovia ser concluída e no entorno dela atrair empresas e investimentos para todo o Ceará”.

As obras da Transnordestina retomaram o ritmo em 2023, com a volta de investimentos federais. O empreendimento é prioridade do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Atualmente, o projeto está com 75% de execução dentro da primeira fase. A estimativa de entrega desta etapa é até 2027. A entrega da segunda fase está prevista para 2029. O orçamento total é de quase R$ 15 bilhões.
Ao todo, a Transnordestina vai ter 1.206 km de extensão em linha principal, atravessando 53 municípios nordestinos, partindo de Eliseu Martins (PI) em direção ao Porto do Pecém.
Além de reduzir os custos logísticos, a ferrovia oferece uma alternativa eficiente para o escoamento de grãos, combustíveis, fertilizantes e minérios, fortalecendo a competitividade do agronegócio nordestino no mercado global. A intenção é que as primeiras operações de carga iniciem ainda em 2025, a partir do Terminal Intermodal de Bela Vista do Piauí.

Com 608 km no Ceará, a Transnordestina vai passar por 28 municípios e contar com três terminais de carga. Isso permitirá atender não somente os grandes produtores de grãos a partir do Piauí, mas também a bacia leiteira e pequenos e médios agricultores do Ceará.
Um dos terminais, com foco em grãos, ficará entre Iguatu, no Centro-Sul, e Quixadá, no Sertão Central. A localização dos outros dois – um para combustíveis e outro para fertilizantes – ainda será definida pela empresa.
“A ferrovia absorve a mão-de-obra de toda a cidade e desenvolve o comércio inteiro”, destacou o diretor-presidente da Transnordestina Logística S.A., Tufi Daher Filho. Ainda segundo ele, até o momento há possibilidade de instalação de dez terminais intermodais ao longo do percurso da ferrovia nos estados do Piauí, Pernambuco e Ceará.

Portos Secos
No Ceará, o primeiro complexo logístico multimodal deve ser instalado em Quixeramobim, no Sertão Central. A obra contará com uma Estação Aduaneira do Interior (EADI) – conhecida como Porto Seco – além de outras estruturas. O investimento será de R$ 500 milhões, por parte da empresa de logística e aduaneira Value Global Group.
O empreendimento deve ocupar uma área de 360 hectares e alcançar faturamento anual de R$ 300 milhões após concluído. Com isso, devem ser gerados mais de 1,3 mil empregos, entre diretos e indiretos.
Outra cidade com potencial para receber o segundo Porto Seco do Ceará é Missão Velha, no Cariri. O estudo de viabilidade econômica para a instalação foi contratado pela Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) e executado pela Fundação Astef.
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