Luís Roberto Barroso caminhou, nesta quinta-feira (9), pela mesma sala onde, por mais de uma década, defendeu a Constituição e travou embates históricos. Mas, desta vez, a voz que ecoou no plenário do Supremo Tribunal Federal não foi a do ministro em debate — foi a de um homem que se despede.
“Chegou a hora de seguir outros rumos”, disse Barroso, emocionado, ao anunciar que deixará o STF antes do tempo. Aposentadoria antecipada, oito anos antes do previsto. Um gesto raro, quase simbólico, em tempos de ruído e tensão entre os Poderes.
Nos bastidores, confidenciou que o desejo de sair já vinha amadurecendo há dois anos. A decisão, contou, foi comunicada ao presidente Lula muito antes da recente escalada política. “Quero viver com menos obrigações públicas”, afirmou. Não é fuga — é encerramento de ciclo.
Barroso foi nomeado em 2013 por Dilma Rousseff. Presidiu a Corte até setembro de 2025, após conduzir o STF por entre crises, reformas e debates sobre democracia. Aos 67 anos, entrega o cargo a um novo tempo — e abre caminho para que o presidente Lula indique mais um ministro à mais alta instância do Judiciário.
Assim termina um capítulo e começa outro. O de um jurista que acreditou que a Justiça também é feita de humanidade, e que saber a hora de partir também é um ato de grandeza.