A incidência de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypt – dengue, zika e chikungunya – tende a aumentar durante a época da quadra chuvosa do Ceará, que vai de fevereiro a maio, exigindo atenção redobrada na prevenção das chamadas arboviroses. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), dos 1.763 casos notificados como dengue entre janeiro e fevereiro de 2021, 518 foram confirmados.
As demais arboviroses, como zika e chikungunya, representaram 171 e 51 notificações nesse mesmo período (31 e 16 casos foram confirmados para as doenças, respectivamente), conforme a Sesa.
De acordo com o cardiologista do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Assembleia Legislativa do Ceará, Célio Vidal, a primeira evidência de epidemia de dengue no Brasil foi registrada na década de 1980. “Depois, ela se tornou uma doença endêmica na nossa região e, mais recentemente, em 2015, temos a chikungunya e zika”, explica.
Apesar de serem transmitidas pelo mesmo mosquito, as doenças apresentam sintomas diferentes. No caso da dengue, Célio Vidal informa que o paciente apresenta febre elevada acompanhada de cefaleia e dor nos olhos.
“Já a zika se dá de forma mais discreta, podendo a pessoa ter febre e dores em sete dias e com um quadro exantemático (relacionado à erupção cutânea causada por doença aguda), enquanto a chikungunya se caracteriza por febre, dor articular intensa com edema articular e dificuldade, às vezes, para andar”, alerta.
PREVENÇÃO
Célio Vidal, cardiologista do DSAS, indica o uso do protetor repelente na prevenção desse tipo de doença. A população também deve ficar atenta aos locais que acumulam água após a chuva, pois são espaços propícios para a reprodução do mosquito. Devem ser limpos e vedados corretamente quaisquer recipientes que guardam água para consumo humano e outros usos domésticos, como baldes, potes, quartinhas, bacias e tambores, entre outros.
Outras medidas para evitar focos do mosquito são: guardar garrafas sempre de cabeça para baixo, encher até a borda os pratinhos dos vasos de planta e eliminar adequadamente o lixo que possa acumular água, como pneus velhos, latas, recipientes plásticos, tampas de garrafas e copos descartáveis.
VIROSE DA MOSCA
O período chuvoso também traz consigo a preocupação com o aumento de casos da Doença Diarreica Aguda (DDA), popularmente conhecida como “virose da mosca”. “É necessário ter cuidado com a conservação dos alimentos porque, com a proliferação de insetos e moscas, predominam muitos episódios de doenças diarreicas que podem ser causados por vírus e bactérias”, aponta Célio Vidal.
